1. |
Outono
03:58
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a tarde escureceu
o céu vai se apagar
junho desbotado
e os dias já não passam
de recortes do sonhar
pálidas manhãs vazias
e longe de você
eu busco um lugar
onde o tempo ainda é ameno
as folhas
secas
partem
se lançam ao chão
e eu estendo minhas mãos
sempre em vão
pois você não vai voltar
não vai voltar
nunca voltar
e tudo o que eu toquei
um dia irá ruir
e longe de você
eu busco um lugar
onde o tempo ainda é ameno
as folhas
secas
partem
se lançam ao chão
e eu estendo minhas mãos
sempre em vão
pois você não vai voltar
não vai voltar
nunca voltar
folhas
secas
partem
como você partiu
as folhas
secas
partem
como você partiu
…para sempre
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2. |
Areias
04:17
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sobre areia ardente
vaguei em passos sem fim
será que é tudo em vão?
caminhando e aguardando
o céu cobrir como um véu
são tantas perguntas para serem respondidas
entre grãos infinitos
busquei te eternizar
gravando seu nome no chão
me sentei e observei
o mar se aproximar
as águas selvagens desfazendo meus vestígios
e o tempo, como sempre
não tardou a passar
e o vento carregou os meus sonhos
para um outro lugar
somos impermanentes
perdidos do início ao fim
a vida é só ilusão
não sabemos quando teremos de ir
a hora de partir
mas eu gostaria de estar com você, de te ver mais um dia
mas o tempo, como sempre
não tardou a passar
e o vento carregou os meus sonhos
para um outro lugar
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3. |
Helesponto
04:54
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dezembro escuro
encostada no parapeito
acompanhando o fluxo das águas do rio
com o seu olhar turvo
por águas profundas
se guiando apenas com o farol
desafiando a tormenta selvagem
e os votos sagrados das escrituras
repousando outra vez em seus braços
voltamos a nos encontrar
cobrimos nossos rastros
por um dia a mais
em noite escura
se guiando com a trêmula luz do amor
e derrotado, encontra no leito do rio
sua última desventura
repousando outra vez em seus braços
voltamos a nos encontrar
deixamos nossos rastros
para nunca mais
repousando outra vez em seus braços
voltamos a nos encontrar
deixamos nossos rastros
para nunca mais voltar
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4. |
Mentiras
04:47
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mentiras enfim
mentiras sem fim
nossa história
termina assim
em mentiras
mentiras
mentiras
mentiras
por delírios de grandeza
sua presença se esvaiu
não veio então com surpresa
finalmente descobrir
suas mentiras
mentiras
mentiras
mentiras
frio turbilhão do destino
sigo assim meu caminho
só…
as vidas em mim
não tem mais ninguém
o medo
é minha companhia
frio turbilhão do destino
sigo assim meu caminho
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5. |
Apostas
04:15
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olhares disfarçados
é fácil perceber
e eu me pergunto como,
como pode ser
a tão inexplicável
e frágil tensão
a eletricidade
entre nossas mãos
olhares incisivos
não pude esquecer
em meio ao tormento
um sutil prazer
é tão incontrolável
que temos que arriscar
brincando com o fogo vamos nos queimar
no jogo de azar
entre mim e você
eu sigo apostando
eu pago pra ver
não vou recuar
até a sorte aparecer
eu sigo apostando
jogando pra perder
olhares desconfiados
não dá pra esconder
já fomos condenados
nem pudemos nos defender
é tão incompreensível
esse júri popular
tanta hipocrisia, tanto blá blá blá
no jogo de azar
entre mim e você
eu sigo apostando
eu pago pra ver
não vou recuar
até a sorte aparecer
eu sigo apostando
jogando pra perder
olhares afiados
eu até posso entender
mais fácil apontar
do que reconhecer
é tão recriminável
não basta comentar
mas quem vai comentar quando sua vez chegar?
no jogo de azar
entre mim e você
eu sigo apostando
eu pago pra ver
não vou recuar
até a sorte aparecer
eu sigo apostando
jogando pra perder
jogando pra perder...
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Eleanora Araraquara, Brazil
Alt. Rock / Pos-punk / Shoegaze.
Christiano KODA (bateria),
Daniel Guedes (voz, guitarra, baixo VI),
Ian Rittmeister (baixo).
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